Não deixes os teus olhos parar de sorrir e imagina que estou eu, por trás da objectiva, a ver o teu belo e saudoso rosto.
Como que numa outra dimensão, intangível, separados apenas por um vidro côncavo, que mostra as imagens invertidas, mas é capaz de revelar a alma.
Tenho a certeza que os teus olhos ainda sorriem e brilham como estrelas em céu de veludo, como eu os vi cintilar um dia, há milénios.
Desfasada pela lente, pareces distante e triste, esquecida de quem és, mas aqui estou eu, do outro lado da imagem, para te recordar. Eu sou aquele que não se vê, a parte da foto em que ninguém pensa, mas que é o fulcro dos teus olhos.
Não podes por isso esquecer-te de os fazer brilhar, de ofuscar os que te rodeiam, com a força e a vida que tens dentro de ti.
O teu brilho está aí, onde sempre esteve, dentro do teu peito, onde deitaste essa cortina escura, que oculta o mundo na penumbra. Não deixes esmorecer a tua luz maravilhosa.
Alegra esses teus olhos, brilha para mim, ainda que apenas alguns segundos.
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