sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Historia Interminavel


Num turbilhão de luz
Dei por mim sem saber como tinha chegado ali.
E tive consciência de quem era.
Criança inocente brincando com o presente acabado de receber.
Sem ter noção das palavras, os dias eram de Verão, aquecidos pelo amor dos pais e dos avós.
Os dias passam-se e cresci.
As palavras fazem parte do dia-a-dia
E centenas de estranhos fazem parte dos meus dias de Primavera
Temperados e doces com os avós longe e os pais a distanciar-se.
Em plena estação conheci o meu amor e deu-se inevitável casamento
Aproximava-se o fim da Primavera quando conheci o meu filho.
Era o fim de uma época quando ele crescia e meus pais se distanciavam
Dias mornos de Outono salteados com chuva.
O mundo muda-se.
Os professores do meu filho são cada vez mais novos e os amigos estão distantes e cada vez menos.
Meu filho cresce e torna-se um homem e a estação está no auge.
Os meus pais são uma memória distante.
O Outono aproxima-se do fim e os dias frios tornam-se uma constante.
As chuvas de Inverno apanham-me em cheio.
Está frio e dói-me o corpo.
Meu filho casou e está longe.
Trouxe-me um neto para que o conhecesse.
Minha esposa, cabelos de neve, cuida de mim e atura pacientemente as minhas casmurrices.
As dores são muitas e os dias intermináveis…
Este Inverno não tem mais fim e eu estou tão cansado.
Não durmo muito com as dores e o ócio embrutece-me e deixa-me sonolento.
Os olhos pesam-me finalmente e ajeito-me para dormir.
Acalmo a cabeça na travesseira perante o olhar cansado mas preocupado do meu amor.
Sorrio para a sossegar e fecho os olhos com um suspiro.
E é um turbilhão de luz numa paz imensa e celestial.
Dei por mim sem saber como tinha chegado ali.
E tive consciência de quem era.
Criança inocente brincando com o presente acabado de receber.
Sem ter noção das palavras, os dias eram de Verão, aquecidos pelo amor dos pais e dos avós.
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