Este texto é uma obra de ficção. Embora possa incluir referências a eventos históricos e figuras reais, a história, os diálogos e as interpretações são fruto da imaginação do autor. Qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, é mera coincidência.
sábado, 28 de novembro de 2015
Natal em Família
segunda-feira, 23 de novembro de 2015
Antologia Boas Festas - Texto seleccionado
50 Autores - 80 Textos - 29 Contos e Crónicas - 51 Poemas
Coordenação: Isidro Sousa | Edição: Silkskin Editora
www.facebook.com/silkskineditora
Email: silkskineditora@gmail.com
Albertina Vaz
Amélia Ferreira
Ana Maria Dias
Ana Paula Barbosa
Ângela Cerqueira
Angelina Violante
António B. Fonseca
António Guedes Alcoforado
Arnaldo Teixeira Santos
Carla de Sá Morais
Carla Santos Ramada
Carlos Arinto
Chico Mulungu
David Sousa
Diniz de Sousa
Eduardo Ferreira
Eduardo Oliveira
Estêvão de Sousa
Fernanda Cruz
Filipe Vieira Branco
Guadalupe Navarro
Isidro Sousa
J. V. Forte
Joaquim Bispo
Joaquim Calado Mendes
Jorge Manuel Ramos
José Teixeira
Lia Molina
Lucinda Maria
Manuel Albergaria
Manuel Amaro Mendonça
Manuel Timóteo Matos
Marcella Reis
Margarida Piloto Garcia
Maria Côrrea
Maria João Pacheco
MtM Teresa Manuel
Ondina Duarte
Paula Laranjo
Pedro Miguel Ferreira
Rafa Goudard
Ricardo de Lohem
Ronair Gama
Rosa Branquinho
Sara Timóteo
Sávio Christi
Sérgio Sola
Suzete Fraga
Vítor Duarte
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
Prioridades
Este texto é uma obra de ficção. Embora possa incluir referências a eventos históricos e figuras reais, a história, os diálogos e as interpretações são fruto da imaginação do autor. Qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, é mera coincidência.
Fábio, de olhos fixos no ecrã, roía nervosamente a caneta. Apontamentos em dezenas de folhas estavam espalhados sobre o tampo da secretária, por baixo dos cotovelos e sobre o teclado. As linhas pretas sobre fundo branco pareciam ondular e emitiam reflexos sobre as lentes dos óculos. De tempos a tempos, ideias brotavam através dos dedos para as teclas e fundiam-se em frases que se materializavam no texto.
De súbito, uma dúvida assaltou-o e começou a rebuscar os rascunhos até que, pelo canto do olho, percebeu a presença encostada ao umbral da porta.
Olhou, entre o surpreendido e o confundido para Eduarda que, de braços cruzados, exibia uma expressão de desagrado.
— É... para ir jantar? — Perguntou hesitante.
— Era. Era mesmo para ir jantar. — A voz rouca dela era firme e cheia de acusações. — Há uma hora, quando te vim chamar e me disseste que já ias.
— Uma hora?!? — Ele continuava confundido. — Chamaste-me? Não me lembro.
— Sim, uma hora, Fábio Ferreira. Mais de uma hora que estive à tua espera. Acabei agora mesmo o meu jantar… frio!
— Oh, meu amor, desculpa-me, mas eu...
— Sim, eu sei, tens esse teu maldito livro na cabeça e não tens espaço para mais nada. Há mais de quatro meses que não pensas noutra coisa... mesmo!
— … tenho que acabar este livro, enquanto não o fizer, não consigo sequer dormir!
A posição dela alterou-se. Colocou as mãos atrás do corpo e olhou para o chão enquanto se queixava baixinho:
— Não aguento mais isto…
— Por favor... — Ele ergueu-se e tentou abraçá-la, sendo sacudido de imediato. — Não vês que é apenas uma fase? Assim que acabar o livro tudo será diferente.
— Diferente? Diferente até quando? Até ao próximo livro? Achas que é fácil? Viver num mundo sozinha, em que tu estás de corpo presente, mas com a cabeça sabe-se lá onde? Faço-te perguntas e não respondes ou respondes tanto tempo depois que já nem sei do que falas. Há quanto tempo não temos uma conversa sobre qualquer coisa? Passo refeições sozinha, a olhar para televisão, sem saber o que está a dar... contigo a meu lado.
— Mas estou ao teu lado sempre que posso... Acusas-me de ser lento a responder-te porque estou ausente e não te dou atenção. Para ti é fácil, a tua cabeça está cheia de ligações ao mundo e ao ambiente que te rodeia. A minha, está cheia de mundos e de vida interior... quando demoro a responder, é porque já vivi uma vida inteira, entre a tua pergunta e a minha resposta.
Ela olhou-o estranhamente e ele sorriu-lhe com tristeza enquanto apreciava o cabelo claro, curto, que lhe dava um aspeto de rapazinho e o rosto fino e sardento que ele tanto amava. Tentou acariciar-lhe o rosto, mas ela evitou o contato.
— Ausente, sempre! — Concluiu ela. — Seja absorvido por um livro, seja a escrevinhar com demência em qualquer papel, ou enclavinhado no computador! — A voz alterada atenuou-se e as lágrimas pareciam querer explodir nos olhos castanhos. — Onde estás tu, que não estás comigo? Que é que te leva para esse mundo distante, onde eu não estou e não te faço falta?
— Não é verdade que não me fazes falta! Eu amo-te, preciso de ti. Não vês que não posso viver sem ti?
— Para te lavar a roupa, arrumar a casa e.… fazer amor... quando te lembras. Quantas vezes dormiste, nessa secretária, só este mês? Quantas vezes vieste gelado para a cama, já de madrugada, apenas para te enroscares em mim e adormecer de imediato? Estou farta!
— Desculpa-me! Eu compreendo que não deve ser fácil para ti, mas, não consigo evitar. São os mundos, dentro da minha cabeça, milhões de mundos, aos quais me ligo e me perco. Quando as ideias começam a fluir, é como um transe onde visualizo cada cena, cada personagem, cada expressão. Tenho de escrever tudo, antes que se vá. Antes que desapareçam para sempre, como farrapos de um sonho aos primeiros raios da alvorada.
— Não posso mais! — Ela repetiu agora voltando-lhe as costas e dirigindo-se para o quarto. — Fica-te com os teus mundos e não me incomodes... eu vou arranjar, o que for preciso, para não te incomodar mais.
A porta do quarto estrondeou com força fazendo tremer os vidros na cristaleira.
Ele quedou-se em pé olhando o corredor e a luz que se escoava por baixo da porta. Sabia que devia ir ter com ela, tentar compor as coisas, a sua cabeça fervilhava de ideias, de coisas que precisava escrever. Olhou para a secretária e, no chão, reluzia o apontamento que ele procurava. Apanhou-o, sentou-se em frente ao computador e recomeçou a escrever.
A luz do sol entrava pelas aberturas das persianas, Fábio dormia com a cabeça sobre a secretária, os óculos dobrados a marcar-lhe o rosto e a boca aberta numa respiração pesada. Alguns papéis espalhavam-se pelo chão.
Eduarda, mala na mão, olhou-o uma última vez. As lágrimas corriam-lhe livremente pelo rosto enquanto, por breves instantes, refulgiram com aquele brilho que ele acendia neles há uma eternidade atrás. Depois, como que acordada de um sonho, limpou as lágrimas com as costas da mão e pousou as chaves da casa na secretária ao pé do homem adormecido.
Caminhou, lenta, mas firmemente e saiu do apartamento, fechando a porta com cuidado para não acordar o marido.
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
Antologia A Biblia dos Pecadores - Texto seleccionado
Organização: Isidro Sousa
A Coroa da Jamaica – EDSON AMARO DE SOUZA
A Estátua de Sal – GUADALUPE NAVARRO
A História e Seus Ciclos – ROSA BRANQUINHO
A Morte de Reinaldo – ISIDRO SOUSA
A Pequena Grande Cruz – MARCELLA REIS
A Recuperação de um Andarilho – LIA MOLINA
A Serpente da Discórdia – TON BOTTICELLI
A Tentação de Ivam – AKIRA SAM
A Violência no Mundo – TÂNIA TONELLI
A XV Geração – JORGE MANUEL RAMOS
Acredita em Mim – SAKURA SHOUNEN
Amargura – SARA TIMÓTEO
As Fases da Lua – BÁRBARA BAPTISTA
Barrabás – ESTÊVÃO DE SOUSA
Cinzento Era o Diabo e Nem o Lobo Mau o Comeu – CARLOS ARINTO
Como Um Grão de Mostarda – PAULA HOMEM
Desistência – ANA MARIA DIAS
Dezessete – ANTÓNIO GUEDES ALCOFORADO
Ex-Umbris ad Lucem – ISA PATRÍCIO
Filha da Luz – MARI MARQUES
Filho Com Nome de Código – TERESA MORAIS
Jesus Decide Voltar à Terra – MARIA CÔRREA
Maria Madalena – ANA PAULA BARBOSA
Mulher Padece... – MARIA DE FÁTIMA SOARES
Não Te Negarei... – SÉRGIO SOLA
No Tempo Em Que as Flores Sorriam – DANIEL VICENTE
Nova Vida – RICARDO DE LOHEM
O Beijo de Judas – JOSÉ TEIXEIRA
O Evangelho Perdido de Barrabás – EDUARDO FERREIRA
O Fantasma do Pai – CAMILO DE LÉLIS
O Mestre – JOAQUIM BISPO
O Peregrino – JOSÉ DUARTE MATEUS BEATRIZ
O Princípio do Fim – ROBERT MAR
Os Infiéis – FERNANDO MORGADO
Os Pardais de Jesus – JORGE PINCORUJA
Perdoa-me, Meu Deus! – PAULO RODRIGUES
Possuir é Amar...?! – MARIA HELENA GUEDES
Quem Nunca Pecou? – LUCINDA MARIA
Sebastian Icarus e a Conspiração Luminus Seven – JONNATA HENRIQUE
Sheol – YOLANDA SILVA
Sombras do Passado – SUZETE FRAGA
Tenório e Falcão, Saligia – EDUARDO C. DUQUE
Trapalhadas Amorosas – ANGELINA VIOLANTE
Tudo Por Amor – MANUEL AMARO MENDONÇA
Um Novo Amor – JERACINA GONÇALVES