Capa do livro “Os Meus Hóspedes”
de Fernando Ventura Morgado
Foi no passado dia 1 de abril, sim, é verdade, no dia das mentiras, que fui assistir à apresentação do livro "Os Meus Hóspedes" do meu grande amigo Fernando Ventura Morgado e mais uma produção das Produções Debaixo dos Céus.
A capa, com o design da produtora, usufruiu de uma das belas fotografias tiradas pela companheira e musa inspiradora do nosso escritor, a doce Fernanda Morgado.
Fernanda Morgado
O evento aconteceu na bonita Vila de Alijó que, para quem não sabe, fica no extremo nordeste do distrito de Vila Real e grande parte do seu território está dentro da Região Demarcada do Douro, além de ser berço do célebre Moscatel de Favaios, produzido principalmente na freguesia que lhe empresta o nome.
A estátua do Homem do Douro numa montagem extraída do Facebook do município
E que foi o meu amigo Morgado, um miragaiense, tripeiro dos quatro costados, fazer para o “Reino Maravilhoso”, distrito natal do grande e saudoso Miguel Torga? É fácil; como homem de paixões que é, apaixonou-se pela região e não mais parou sem conhecer melhor aquela terra e escrever sobre ela e as suas gentes. Fez lá vários amigos, claro, há alguém que consiga resistir ao sorriso, humildade e entusiasmo do Fernando Ventura Morgado? Como poderia ser de outra forma? Também os portuenses são homens do Douro, dos seus limites pois sim, daquele local onde o majestoso rio se liberta de paredes abruptas e dos montes rochosos e vai conhecer o mar. São portanto durienses também, os habitantes da Invicta, filhos e netos dos outros, daqueles que como o rio, um dia desaguaram para a última cidade antes do mar. Esse rio que lhes corre nas veias, como se sangue fosse, é um laço de irmandade que faz com que se reconheçam e se sintam irmãos.
Foi assim que o “duriense da foz” retornou às origens dos seus antepassados, “durienses transmontanos” para escrever mais um romance de amor, onde consta que um tal de Blamy e uma Joana se conheceram e se relacionaram tendo como pano de fundo a magnífica paisagem transmontana. Não foram sequer esquecidos os cheiros e os sabores das uvas e dos néctares que aqui se produzem. Para saberem mais do que isto terão de ler este excelente romance... talvez depois disso também desejem ir conhecer Casal de Loivos, onde parte da ação decorre.
Mas o que me traz aqui é a apresentação que aconteceu no passado dia um, onde o Fernando Morgado apresentou à sociedade a sua mais recente criação.
“Os Meus Hóspedes” tiveram o apoio da Câmara Municipal, representada nas pessoas da Vereadora da Cultura a Dra. Mafalda Mendes e a diretora da biblioteca, Dra. Otília Magalhães, que muito amavelmente cedeu as elegantes instalações da Biblioteca Municipal.
Da esquerda para a direita:
Otília Magalhães, Fernando Morgado, Mafalda Mendes
Depois de uma pequena abordagem ao livro e à obra de Fernando Morgado por parte da revisora e amiga, Suzete Fraga, autora do livro “Almas Feridas” (Euedito/Sui Generis 2016), houve direito a uma impressionante leitura de um pequeno excerto do livro por Ana Cristina que, além de funcionária da biblioteca é Monitora de Expressão Dramática e dinamizadora da cultura popular.
Foi também uma oportunidade para se juntarem, quase de surpresa, os fundadores do grupo de escritores Pentautores do qual o nosso Fernando Morgado é praticamente um membro honorário por direito próprio. Este grupo já produziu várias obras conjuntas de contos, como “Heranças”, “Histórias da Chuva e do Vento” ou “Deusas, Fadas e Bruxas”, entre outras.
Os Pentautores
Clique nas imagens para saber mais sobre eles
Toda a sessão decorreu de forma mais ou menos espontânea e informal, enquanto o autor descreveu as suas “aventuras” em terras de Alijó e dos muitos amigos que fez, com especial referência ao senhor Albano Pereira, de Casal de Loivos, ex-autarca dessa freguesia e do Pinhão, a quem atribui grande mérito na produção deste romance e ao senhor Faustino e a esposa Leonilde, proprietários da Quinta do Jalloto, em Casal de Loivos, a quem teceu rasgados elogios de hospitalidade e simpatia.
Numa sala bem composta, a apresentação acabou por derivar nos problemas que afligem o mundo das letras, numa enorme revolução motivada pelos meios eletrónicos e nas novas gerações, no seu desinteresse pelos livros e pela escrita, completamente rendidos aos telemóveis, tablets e computadores.
No fim houve livros e autógrafos para quem quis, além de um pequeno lanche fornecido pela Câmara Municipal, onde não podia faltar o incontornável Moscatel de Favaios.
Foi um dia maravilhoso e enriquecedor que tenho a certeza agradou a todos quantos nele participaram e, com toda a propriedade, encheu o Fernando Morgado de orgulho.
Um dia a reter na memória e a inscrever na carreira deste “jovem” escritor.
Veja o vídeo de apresentação no Youtube:
Fotos:
- Fernanda Morgado
- Jorge Santos
- Manuel Amaro Mendonça
Imagens várias retiradas do sítio do Município de Alijó
1 comments:
Estou rendido pela beleza narrativa e riqueza cromática da crónica feita pelo meu bom amigo Manuel Amaro Mendonça. Não lhe escapou nada, e até consigo ler o relato das emoções, e dos sentimentos que tomaram conta da sessão, numa partilha de ideias e opiniões sobre a leitura em tempo de menor apego.
O Manuel Amaro Mendonça tem essa capacidade sintética de escrever o invisível..
Obrigado, amigo. Fico em débito.
Abraço
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